terça-feira, 22 de março de 2011

Trotes provocam atos de violência e humilhação em meio academico

As universidades incentivam ao trote solidário, mas os alunos ainda preferem aderir ao método grosseiro de recepção aos novos integrantes.

As ruas de Pelotas, cidade universitária da região sul, ganham nessa época novos personagens, os ¨bixos¨, novos alunos que integram o núcleo das universidades da cidade. Pintados, sujos, com placas penduradas nas roupas e com um cheiro nada agradável, depois de passarem por uma generosa recepção dos ¨veteranos¨ os ¨bixos¨são encaminhados as ruas para pedirem um valor em dinheiro determinado pelos universitários.


Preocupados com as humilhações, violência e sujeira causado pelo ato do trote, as universidades Federal de Pelotas (UFPel), e Católica de Pelotas ( UCPel), não apoiam esse tipo de recepção e instruem seus estudantes a aderirem aos trotes solidários, educativos e de cunho social.

Segundo a entrevista feita pelo Jornal Diário Popular, a pró reitora de graduação da UFPel, Eliana Póvoas, há seis anos a instituição emite uma portaria proibindo trote dentro da universidade que venha a causar qualquer tipo de dano físico ou psicológico aos estudantes. ¨Dentro dessa perspectiva , não permitimos nenhum tipo de abuso¨, destacou.

Para a reitoria da UCPel, Alencar Proença, disse que há o incentivo para que o trote não ocorra, embora não haja estrutura ou organização nesse sentido.

Depois de muito estudo e transtornos que ocorrem na fase de escolha do curso superior, a estudante de Publicidade e Propaganda da UCPel, Jéssica Oliveira, 19, teve o rosto queimado após ser suja por uma tinta apropriada para  tecidos. O tratamento para tentar retirar as manchas do rosto custará em média R$ 500,00.

¨Não esperava esse tipo de recepção¨, disse Jéssica, que pretende fazer registro de ocorrência na delegacia e se as marcas de queimadura no rosto não desaparecerem, ela deverá entrar com um processo contra a universidade. Até quando esse tipo de recepção irá acontecer? Aonde está a ética e o senso crítico das pessoas? Essas são as perguntas que não querem calar perante ao abuso sem controle dos universitários em determinadas situações.


Saiba mais:


Os trotes universitários e a Hierarquia social
Trotes universitários

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Racha no Ministério da Cultura

Após a saída de Marcos Alves de Souza, servidores ameaçam a demitir-se em protesto, da Direção de Direitos Intelectuais. Na internet foram postadas diversas formas de manifestações pela exoneração do diretor Marcos Alves de Souza. O motivo principal do racha entre os integrantes foi a decisão da ministra da cultura, cantora e atriz, Ana de Hollanda, revendo a lei que regula os direitos autorais no Brasil. 



A Diretoria de Direitos Intelectuais (DDI) é vinculada à Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura. É responsável pela formulação e gestão da política brasileira sobre bens intelectuais no que diz respeito a direitos autorais e conexos.
A discussão da reforma já é apontada há três anos e relatados em  80 encontros nacionais, 7 seminários e pesquisas nas legislações de 20 países. Depois disso, o anteprojeto ainda ficou em consulta pública pela internet, que durou 79 dias e recebeu 8.431 sugestões.

As mudanças acarretariam uma flexibilidade maiores nos direitos autorais, ou seja, o principal sinal de que vai abandonar a reforma da Lei de Direito Autoral, um dos principais pontos defendidos pela política cultural do governo Lula. Dividindo grande parte dos músicos brasileiros. Entre opiniões diversas uns defendem o avanço se houvesse de fato a mudança, dando como exemplo o ex- ministro da cultura Gilberto Gil, que em seu governo disponibilizou um fórum para debater os direitos autorais. 

¨ Eu não acho que a ministra esteja má intencionada, mas acho que existe uma precipitação de se tomar a posição de um lado sem consultar a própria classe. Parece-me que ela está sendo usada por pessoas próximas e que têm interesses em impedir que se mude a legislação autoral¨¨, afirma o músico, Ivan Lins. 


¨É prerrogativa do dirigente escolher as pessoas para o cargo de confiança, é normal a mudança ¨,  diz Souza. ¨ Mas eu tenho muita convicção a respeito do trabalho que foi executado pela DDI. Direito autoral não é fácil. Não é fácil agradar todo mundo. Mas foi um trabalho sério, honesto. O meu maior lamento é sair sem dar um retorno para a sociedade do que fizemos. Agora, espero poder ajudar o governo em outra área¨.

Com a demissão de Marcos, seu lugar, foi nomeada a advogada carioca Marcia Regina Vicente Barbosa, de 56 anos, que integrou o Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) entre 1982 a 1990. Advogada da União, Marcia foi integrante da Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura, de 2006 a 2010, e integra a Consultoria Geral da União desde maio de 2010.

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